A IGREJA E A GRANDE TRIBULAÇÃO
No início do ano de 2022, milhares de petroleiros e
outros navios de transporte de commodities tiveram que estacionar, nos portos
ao redor do mundo, por conta de um ser microscópico que paralisou todo o
sistema humano. Começava a pandemia da covid 19. O comércio mundial,
praticamente, estagnou e elevou-se, ainda mais, o desemprego, aumentando a fome
e a violência, aumentando a angústia de milhares de pessoas que sofriam com a
morte de seus entes queridos em todo o planeta. É um cenário pré-apocalíptico
instalou no planeta.
O presente texto trata sobre a questão da grande tribulação e a Igreja
de Cristo. A Igreja passará por esse período de sofrimento mundial? Jesus
falando sobre os acontecimentos do fim do mundo, disse aos discípulos que
“haverá grande tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo até
agora, nem jamais haverá” (Mateus24:21). Mas essa afirmação não constitui uma
novidade trazida por Jesus. O profeta Daniel, cerca de 560 antes, falou sobre
esse evento do fim dos tempos. Ele escreveu: “naquela ocasião Miguel, o grande
príncipe que protege o seu povo, se levantará. Haverá um tempo de angústia como
nunca houve desde o início das nações até então. Mas naquela ocasião o seu
povo, todo aquele cujo nome está escrito no livro, será liberto” (Daniel 12:1).
Essa “grande tribulação”, no entanto, não chegará de repente. De acordo
com Jesus, ela será precedida por um período que Ele chamou de “o início das
dores”. Nesse período acontecerá os sinais que apontarão para aquele momento de
grande sofrimento para a humanidade. Jesus fala, então, que muitos aparecerão
em seu nome, dizendo “Eu sou o Cristo”, “haverá guerras e rumores de guerras”,
“haverá fome e terremotos em vários lugares” (Mateus24:1-8). Ele também disse
que será um tempo de muito ódio e perseguição aos que temem a Deus
(Lucas21:12-18) e que também haverá “pestes”, como essa pandemia pela qual
passamos. Note-se, contudo, que não se estar afirmando, aqui, que o “início das
dores” do qual falou Jesus já chegou.
A grande questão que aflige muitos cristãos, nesse contexto, é a dúvida
sobre se a Igreja passará ou não por esse período de sofrimento. Muitos ensinam
que ela não passará, pois será arrebatada antes. De fato, Paulo, escrevendo aos
Tessalonicenses, falou sobre o arrebatamento da Igreja, evento esse que
retirará os cristãos da Terra e promoverá o encontro deles com Cristo, em seu
reino. O Apóstolo ensina que “dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da
trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos seremos arrebatados
com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos
com o Senhor para sempre” (1Tessalonicenses4:16,17).
Ocorre, contudo, que não há, na Bíblia, um único versículo que afirme
que a Igreja de Cristo não passará pela grande tribulação. Mas há muitos que
mostram que o cristão é chamado para dar testemunho de Deus e isso tem um
preço. Deus não poupou os primeiros cristãos do sofrimento que passaram por
causa do evangelho, o que garantiu ele chegar até os dias atuais. Não poupou os
que foram afligidos nos regimes totalitários, no século passado, e os que até
hoje sofrem nos países que perseguem os cristãos, bem como aqueles que tiveram
suas vidas ceifadas pelos radicais islâmicos, recentemente. Paulo escrevendo
aos Filipenses, disse: “não importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania de
maneira digna do evangelho de Cristo... lutando unânimes pela fé evangélica...
pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de
sofrer por ele, já que estão passando pelo mesmo combate que me viram enfrentar
e agora ouvem que ainda enfrento” (1:27-30).
Sim, a Igreja de Cristo passará pela grande tribulação, segundo as
Escrituras. O livro de Apocalipse fala de pessoas debaixo do altar de Deus que
morreram “por causa da Palavra de Deus e do testemunho que deram” durante a
grande tribulação. Também há o relato de uma grande multidão de todas as
nações, povos e línguas “que vieram da grande tribulação” (6:9-11; 7:9,14).
Essa profecia mostra, cristãos, na grande tribulação, dando testemunho com o
sacrifício de sua própria vida. Com respeito ao arrebatamento, os estudiosos o
identificam, nela, apenas no final, no capítulo 19. Cabe ainda dizer que Jesus
falando aos discípulos sobre aqueles dias de angústia e tribulação disse: “se
aqueles dias não fossem abreviados, ninguém sobreviveria; mas, por causa dos
eleitos, aqueles dias serão abreviados” (Mateus 24:22). Há eleitos na grande
tribulação. Há uma igreja na grande tribulação, dando testemunho de Deus, e
essa igreja é a Igreja de Cristo.
Antônio Maia - M.Div.
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