O HOMEM COMO UM PRODUTO DO COSMO
No texto A CONDIÇÃO HUMANA, recentemente postado neste blog, ao refletir sobre o homem, enfatizei o seu aspecto de “ser criado” e, portanto, sujeito à vontade de seu Criador. No entanto, é opinião de muitos que o ser humano não vem de uma criação, mas de uma evolução da matéria, no tempo. Se assim for, o homem, como um ser originado da matéria inerte, isto é, não viva, que por meio de reações químicas espontâneas e aleatórias originou uma célula inicial da qual todos os seres vivos derivam, não deve satisfação a ninguém e, como um ser em mudança, é livre para construir a sua própria existência.
Tal posicionamento é respaldado na teoria sobre a origem do universo, o
“Big Bang”. De acordo com essa pesquisa, há 13,9 bilhões de anos, toda matéria
existente se encontrava concentrada em uma microscópica partícula inicial, que,
em um dado momento, explodiu e a espalhou no espaço, formando o mundo que vemos
hoje. Após a explosão, teve início um processo de expansão e esfriamento do
universo. Por volta de quatro bilhões de anos atrás, as interações físicas e as
reações químicas de transformação da matéria, que vinham ocorrendo,
desencadearam os mecanismos de vida na Terra.
Com relação aos seres vivos, existe, em alinhamento com o “Big Bang”, a
teoria da Síntese Evolutiva Moderna. De acordo com esse estudo, o fato de todos
os organismos apresentarem semelhanças morfológicas, bioquímicas e genéticas
sugere que todas as espécies conhecidas descendem de um ancestral comum. As
espécies atuais seriam um estágio nesse processo de evolução, no qual se
encontra o gênero humano. O homem, então, não seria semelhante a primatas, mas
sim uma espécie de primata em evolução.
Se essas teorias estiverem corretas, o homem é mais um produto dessas
transformações cósmicas. Contudo, sem paixões e em busca da verdade, os fatos
precisam ser analisados como tais. O “Big Bang”, embora apresente uma proposta
interessante sobre a origem do universo, explica, de modo satisfatório, apenas
o comportamento atual do cosmo: sua expansão. Inúmeros cientistas reconhecem
que essa teoria não fornece explicação para as condições iniciais do universo.
Não existe, ainda, ciência suficiente para explicar a singularidade da
micropartícula inicial, assim como o que existia antes dela, qual a sua origem
e muito menos o que causou a sua explosão.
Com respeito a possibilidade da origem da vida a partir da matéria
inerte, de uma célula inicial resultante de reações químicas espontâneas e
aleatórias (abiogênese), a comunidade científica ainda não encontrou as provas.
Só existe a hipótese. Alguém já disse que isso requereria um milagre tão grande
quanto o que afirma o texto bíblico. É relevante ressaltar que a Ciência nunca
observou a abiogênese acontecendo, na natureza, e ainda não foi capaz de criar
uma forma de vida por meio de experimentos controlados.
No tocante ao fato de os seres vivos apresentarem semelhanças
morfológicas, bioquímicas e genéticas, isso não implica, obrigatoriamente, que
eles tenham vindo de um ancestral comum. Tal fato envolveria a evolução de uma
espécie para outra, um processo puramente teórico e nunca observado
diretamente. Seria, por exemplo, algo como um macaco evoluir para um ser
humano. Essa hipótese é estudada, apenas, por meio da análise de fósseis e de
pesquisas sobre semelhanças e diferenças morfológicas dos organismos, estudos
esses incipientes, frágeis e com conclusões pouco precisas.
É preciso reconhecer que as pesquisas sobre a origem do universo e do
homem produziram um acervo de conhecimento respeitável. Contudo, essas questões
continuam sem respostas. Afirmar que o universo tem origem em uma explosão
inicial sem comprovar as circunstâncias que a envolveram, assim como declarar o
surgimento do homem a partir de um processo evolutivo sem provas seria um ato,
puramente, religioso, um ato de pura fé e não uma declaração científica. A
Ciência trabalha com a comprovação experimental. Desse modo, é razoável afirmar
que tais proposições constituem apenas teorias e que a tese bíblica sobre a
origem do universo e do homem continua inconteste.
Antônio Maia – M.Div
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