JERUSALÉM – A CIDADE ETERNA
Jerusalém, a capital de Israel desde os tempos davídicos, isto é, desde
3.000 anos atrás, é uma cidade enigmática que desperta fascínio sobre muitos.
Sua origem encontra-se em algum momento desconhecido da Antiguidade remota.
Certos artefatos e cerâmicas encontrados em sua área atual, próximo ao monte do
Templo, revelam, naquela área, a presença de assentamentos humanos em torno do
quarto milênio antes de Cristo. Abraão, que, geralmente, é datado pelos
estudiosos por volta do ano 2.000 a.C., segundo o relato de Gênesis 14, se
encontrou com “Melquizedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo”. Essa
“Salém” é reconhecida por especialistas como a cidade de Jerusalém.
Por volta do ano 1.000 a.C., Davi a conquistou dos Jebuseus e a
estabeleceu como capital de Israel e, assim, foi até 586 a.C, quando o império
babilônico a destruiu. Foi reconstruída e, novamente, destruída no ano 70 pelos
romanos. Estes a restauraram no ano 130 e passaram a chama-la de Élia
Capitolina. A Cidade Santa permaneceu sob o domínio romano até 638, quando
passou a ser dominada por seguidores do Islã. Em 1099 foi conquistada por
cruzados cristãos, mas caiu novamente sob domínio islâmico em 1187. No ano de
1517 passou ao domínio turco otomano e em 1917 veio a ser administrada pelos
ingleses. Em 1948, na guerra árabe-israelense, Israel conquistou sua
independência e metade da cidade. Só em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel
alcançou o controle total sobre toda Jerusalém.
Por que Jerusalém não desapareceu, no tempo, como tantas outras? Por que
o interesse de tantos por ela? Durante sua longa história, além de ter sido
destruída duas vezes, foi 23 vezes sitiada, 52 vezes capturada e 44 vezes
recapturada[1]. Hoje, vive em clima de constante tensão, pois a parte oriental,
onde moram seguidores do islã, continua sendo reivindicada como capital para um
possível estado palestino. Outra fonte conflito é a Mesquita de Omar, templo
islâmico, construído no século VII, exatamente no lugar onde Salomão, cerca de
1000 anos antes de Cristo, construiu o primeiro Templo a Yahweh.
Jerusalém não é a cidade santa por causa dela mesma, pois profetas como
Isaías, Jeremias, Ezequiel e Miqueias falaram dela “como uma prostituta,
afastada de Deus, culpada de idolatria e de desconsideração flagrante dos
mandamentos de Deus”[2]. Palco de batalhas, de banhos de sangue e muito pecado,
Jerusalém é a cidade santa porque foi nela que Deus resolveu se revelar à
humanidade. Foi nesse cenário que bem caracteriza o homem caído que Ele andou,
sem pecado, e, por meio de sua morte e ressurreição, abriu o caminho que
possibilita o homem retornar para Deus e adentrar na Jerusalém celestial.
Jerusalém continua sendo um dos lugares mais desejados e disputados da
face da terra. É possível que nela, ainda, muito sangue venha ser derramado.
Mas ela tem esse caráter eterno por que ela um símbolo da humanidade que
reflete toda dor, toda angústia e toda arrogância humana. Contudo, ela é eterna
porque nela Deus extinguiu, pelo sacrifício de seu Filho Jesus Cristo, todo o
mal sobre a Terra. Jerusalém é a solução de Deus para a humanidade. solução que
vem do alto como bem disse o Apóstolo João: “então vi novos céus e nova terra,
pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado... vi a Cidade Santa, a
nova Jerusalém, que descia dos céus da parte de Deus... agora o tabernáculo de
Deus está com os homens com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o
próprio Deus estará com eles e será o seu Deus (Apocalipse21.1-3). Será em
Jerusalém que todo o drama humano terá o seu desfecho, o seu final feliz.
Antônio Maia – M.Div
Direitos autorais reservados
[1] WIKIPÉDIA. Artigo Jerusalém.
[2] ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã.
Pg364.