O TEXTO DO NOVO TESTAMENTO













Quando lemos hoje o Novo Testamento, estamos de fato lendo o texto que João, Paulo e os outros autores escreveram? Essa pergunta faz sentido para aqueles que buscam desenvolver uma fé madura e não ingênua, alicerçada na realidade dos fatos e não em fantasias e imaginações. A baixa durabilidade do papiro, material precursor do papel, em que foram escritos os autógrafos (manuscritos originais dos autores), levou ao rápido desaparecimento deles. Antes, contudo, eles foram copiados e recopiados, o que deu origem a milhares de variantes textuais. 

Esse processo de transmissão do texto ocorreu por 14 séculos até ao surgimento da imprensa. Teria ele sofrido alterações significativas que comprometessem sua autenticidade? Vamos pensar essa questão sob três aspectos: a natureza das variantes textuais; a distância entre as cópias e os autógrafos; e a quantidade de documentos disponíveis. Com relação às variantes, os milhares que surgiram decorrem da grande quantidade de cópias feitas, mas elas, segundo os estudiosos, referem-se somente à ortografia e a disposição das palavras, e não afetam nenhuma doutrina cristã.

No tocante a distância das cópias aos autógrafos, enquanto, por exemplo, a cópia mais antiga de Platão dista dele 1300 anos e ninguém a questiona; há inúmeros manuscritos do NT, em pergaminho, datado século IV, ou seja, distante pouco mais de 200 anos dos originais. Além disso, existem consideráveis fragmentos em papiro de praticamente todos os livros do NT que nos fazem recuar ao século III e, em alguns casos, a meados do século II (menos de 100 anos dos autógrafos). Então, nesse quesito a autenticidade e a integridade do Novo Testamento é inconteste.

Já a quantidade de documentos disponíveis que atestam a existência de escritos deixados pelos homens que andaram com Jesus, fazem o NT ser o texto antigo mais bem documentado que existe. Há, hoje, cerca de 5.500 manuscritos gregos completos ou fragmentos, além de quase 13.000 manuscritos de versões do NT para outras línguas que surgiram, a partir do século II, com a expansão do cristianismo. Também há milhares de citações do texto do NT na literatura dos pais da Igreja. Só Irineu, Clemente de Alexandria e Orígenes citaram trechos do NT 22.147 vezes. 

Por tudo isso, os estudiosos e especialistas confirmam que os textos do Novo Testamento são fiéis aos originais e dignos de credibilidade. Esse texto seria apenas mais um texto antigo, se não tratasse de Deus que se fez homem e andou entre nós. Por essa razão ele é elevado ao status de escritura Sagrada, dada por Deus à humanidade como luz para o caminho dos homens.

Antônio Maia – M. Div

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