OS SUPERAPÓSTOLOS
OS SUPERAPÓSTOLOS
Com frequência, ouve-se comentários sobre falsos pregadores que se infiltram na igreja para explorar, financeiramente, os fiéis. Isso, contudo, não constitui um problema só dos dias atuais. O Apóstolo Paulo, usando a figura de linguagem ironia, chamou alguns, que apareceram na igreja de Corinto com esse fim, de υπερλιαν αποστολων (hiperlian apostolon), isto é, “superapóstolos” (2Coríntios11.5;12.11). As versões bíblicas Nova Versão Internacional e Almeida Século 21 traduzem assim o texto grego.
Com frequência, ouve-se comentários sobre falsos pregadores que se infiltram na igreja para explorar, financeiramente, os fiéis. Isso, contudo, não constitui um problema só dos dias atuais. O Apóstolo Paulo, usando a figura de linguagem ironia, chamou alguns, que apareceram na igreja de Corinto com esse fim, de υπερλιαν αποστολων (hiperlian apostolon), isto é, “superapóstolos” (2Coríntios11.5;12.11). As versões bíblicas Nova Versão Internacional e Almeida Século 21 traduzem assim o texto grego.
Tal fato traz à mente o pensamento sobre quais razões levam
uma pessoa a desejar uma função de líder na Igreja de Cristo. Certamente, esse
desejo brota do sentimento interno de um chamado divino para a vida consagrada. Nem todos, contudo, carregam, no seu íntimos, esse chamado e nem reunem condições para o pastorado. Paulo, escrevendo a Timóteo, listou uma série de
requisitos que constituem o perfil de alguém que aspira essa função, dentre os
quais encontra-se o de a pessoa não ser apegada ao dinheiro (3.1-7).
No entanto, por vezes, notam-se líderes espirituais, no
seio da Igreja, que não se portam como “servos da palavra” (Lucas1.2). Às vezes,
o desejo de estar em destaque, de poder, de controlar os outros e de auferir
vantagens financeiras podem ser os reais motivos que levaram tais pessoas a se
tornarem pregadoras do evangelho. Paulo, escrevendo aos Filipenses, declarou
que “alguns pregam a Cristo por inveja e rivalidade ... por ambição egoísta,
sem sinceridade”. Mas, no seu pragmatismo afirmou: “o importante é que ... Cristo
está sendo pregado” (Filipenses1.15-18).
Convém, porém, atentarmos para o que disse Tiago: “meus irmãos, não
sejam muitos de vocês mestres, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos,
seremos julgados com maior rigor” (3.1). Há um grande perigo em sermos levianos
com Deus, adverte-nos o profeta Jeremias: “não é a minha palavra como o fogo,
pergunta o Senhor, e como um martelo que despedaça a rocha? ... estou contra os
que profetizam sonhos falsos, declara o Senhor. Eles os relatam e com as suas
mentiras irresponsáveis desviam o meu povo. Eu não os enviei nem os autorizei;
e eles não trazem benefício algum a este povo, declara o Senhor” (23.29-32).
Mas, os verdadeiros e honrados servos de Deus não devem ter
nenhum constrangimento em ter o seu sustento vindo da Igreja. Foi assim que o
Senhor planejou (Levítico7.28-36; Números18.8-20 e 1Coríntios9.7-14). Disse
Paulo: “...o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do
evangelho”. Porém, ele não aceitou nenhum dinheiro dos Coríntios para que os “superapóstolos”
não se considerassem iguais a ele, o que de fato não eram, pois não passavam de
exploradores. Mas Paulo, enquanto estava em Corinto, foi sustentado por ofertas
vindas de outras igrejas, em especial da Macedônia (2Co11.8,9,12).
ANTÔNIO MAIA
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