SOMOS TODOS TEÓLOGOS
SOMOS TODOS TEÓLOGOS
Não raro, ouve-se, a partir do púlpito, que não é necessário ser teólogo para viver a vida cristã e pregar o evangelho a outras pessoas. Realmente, para ser cristão não é preciso ser um especialista em teologia. Esse discurso, no entanto, é um reflexo da postura anti-intelectual de muitas congregações, cujos líderes e sacerdotes possuem pouco ou nenhum preparo teológico. Tal falta de compromisso com a erudição contribui para que os mais escolarizados, que também precisam da salvação de Cristo, considerem a igreja intelectualmente pouco profunda.
Não raro, ouve-se, a partir do púlpito, que não é necessário ser teólogo para viver a vida cristã e pregar o evangelho a outras pessoas. Realmente, para ser cristão não é preciso ser um especialista em teologia. Esse discurso, no entanto, é um reflexo da postura anti-intelectual de muitas congregações, cujos líderes e sacerdotes possuem pouco ou nenhum preparo teológico. Tal falta de compromisso com a erudição contribui para que os mais escolarizados, que também precisam da salvação de Cristo, considerem a igreja intelectualmente pouco profunda.
Aos que não valorizam a teologia, vale lembrar o que disse
C. S. Lewis: “se você não se preocupa com teologia, isso não significa que você
não tenha ideia alguma a respeito de Deus. Significa, isto sim, que você tem
uma porção de ideias equivocadas, ruins, confusas e ultrapassadas”[1]. A
teologia é o estudo da ciência divina. Quando alguém se converte, passa a
estudar sobre Deus, Jesus, seu Reino. Esses conhecimentos mostram que tal
pessoa teve contato com algum tipo de teologia. Então, como disse Bruce Milne,
“não há cristão que não seja também teólogo ... todos somos teólogos...”[2]
Esse desprezo pela teologia pode decorrer da ignorância de
muitos pregadores ou até de motivações escusas de alguns que sem o chamado
divino fundam igrejas. Mas é preciso reconhecer o caráter elitista e arrogante
de certas teologias que conduzem suas análises distantes da vida da igreja e a
partir de pressupostos não cristãos ou anticristãos. Nesse debate sobre a
relevância ou não da teologia, alguém pode alegar o que Paulo falou: “o
conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica” (1Co8.1). Mas, esse próprio Apóstolo também
afirmou que alguns pecam por falta de conhecimento de Deus (1Co15.34) e Jesus
disse que devemos amar a Deus com todo nosso “entendimento” (Mt22.37).
Pesa, então, sobre os líderes e sacerdotes uma grande
responsabilidade: levar as pessoas ao conhecimento de Deus. Isso envolve
oração, vida consagrada e muito estudo. Em Israel, em meados do século VIII
a.C., Deus, por meio do profeta Oséias, acusou, formalmente, os sacerdotes: “o
meu povo foi destruído por falta de conhecimento. Uma vez que vocês rejeitaram
o conhecimento, eu também os rejeito como meus sacerdotes...” (Oséias4.6).
É verdade que há muita teologia irrelevante para a igreja.
A teologia acadêmica muitas vezes se posiciona distante da vida comum dos fiéis. Mas há muito material de pensadores cristãos densos, profundos e relevantes que brotam de um envolvimento com o culto, a oração, a adoração e a evangelização. Desse modo, rejeitar a teologia significa rejeitar o conhecimento e o saber cristão acerca
de Deus. Então, permanece atual o apelo do profeta Oséias: “conheçamos o
Senhor; esforcemo-nos por conhece-lo...” (Oséias6.3).
ANTÔNIO MAIA
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