O HOMEM JOÃO BATISTA

O HOMEM JOÃO BATISTA
Há dois mil anos, havia, em Israel, uma grande esperança quanto à chegada iminente do Messias. Este, no conceito equivocado deles, seria um rei poderoso, da linhagem de Davi, que iria expulsar os romanos e restabelecer a glória de Israel entre as nações (Atos1.6). Foi quando apareceu João Batista, um homem de personalidade forte e com uma pregação dura a quem multidões se dirigiam. Diz o texto: “o povo estava em grande expectativa, questionando em seu coração se acaso João não seria o Cristo” (Lucas3.7-15).

Esse sentimento era tão intenso que levou o Sinédrio, corte suprema de Israel, a enviar uma delegação de Levitas e sacerdotes para analisar a atuação do profeta e verificar se ele era, realmente, o Messias esperado (João1.19-28). Mas João Batista, prontamente, respondeu: “não sou o Cristo” (João 1.20). Essa palavra “Cristo” é a tradução para o português do grego Χριστός (Cristós) que, em hebraico é מְשִׁיחִֽ (Mashía), a qual vertendo direto para o português é “Messias” e significa “Ungido”.

João Batista era uma novidade, em Israel naquela época. Seu modo simples de vestir-se e viver contrastava com o estilo requintado dos religiosos de então (Mateus3.4). Vivia o que pregava e isso lhe conferia tanta autoridade que até fariseus e saduceus, membros da elite religiosa, iam a ele para serem batizados (Mateus3.7). Embora não necessitasse, visto que o batismo de João era para arrependimento, o próprio Senhor Jesus foi até ele para ser batizado, tal o respeito que nutria pelo profeta. Jesus entrou na fila do batismo por solidarizar-se com os pecadores, em um gesto de identificação com o sofrimento deles (Mateus3.13).

Não era um homem qualquer, tanto que Jesus ao falar sobre ele, disse: “entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista” (Mateus11.11). Foi o último profeta da antiga aliança (Mt11.13). Repreendeu as autoridades religiosas, chamando-as de “raça de víboras” e dizendo que elas tinham que arrepender-se (Mt3.7,8). Denunciou, condenando publicamente, o pecado do rei Herodes que se separou de sua mulher para casar-se com a esposa de seu irmão Herodes Filipe (Lucas3.19). Esse ato o levaria à prisão e depois à morte.

Preso, confuso, sofrendo as tensões típicas de um legítimo profeta judeu, e sabendo que sua morte se aproximava, enviou a Jesus seus “discípulos para lhe perguntarem: és tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro? Jesus respondeu: voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos veem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres...” (Mateus11). Agora João Batista podia seguir o caminho de seu chamado. Foi decapitado e sua cabeça exposta em uma bandeja no aniversário do rei Herodes (Mateus14).

A vida de João Batista é um exemplo para todo aquele que se dispõe a ser testemunha de Cristo no mundo. Pois a luta do cristão “não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores desse mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal [...]” (Efésios 6.12). No entanto, o Apóstolo Paulo disse: “pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também sofrer por Ele, já que estão passando pelo mesmo combate que me viram enfrentar e agora ouvem que ainda enfrento” (Filipenses 1.29,30).
Antônio Maia – M. Div.
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