O TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA
O TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA
Jesus, o Cristo, isto é, o Ungido, o Messias já estava no
mundo e precisava ser revelado ao povo. Como seria sua apresentação à nação? Em
um culto solene, no templo, em Jerusalém, com todas as autoridades de Israel
presentes? Não. Sua revelação ao mundo se daria em um contexto de absoluta
simplicidade, como se nada importante estivesse acontecendo, para que todo
aquele que dele se aproximasse, viesse pela fé de que Ele é o Filho de Deus. A
dúvida e a improbabilidade eram necessárias para que o homem trilhasse, pela fé
e não pela comprovação racional, o caminho de volta a Deus.
O Criador inverteu a lógica humana, pois seu reino não é
desse mundo como pensavam os religiosos judeus que esperavam um Messias
nacionalista que restauraria a glória de Israel entre as nações. Por essa
razão, Deus entrou no mundo, na pessoa do Filho, de modo secreto. Nasceu em uma
estrebaria de Belém e cresceu no seio de uma humilde família, em Nazaré, na
Galileia. O mundo não o conheceria “por meio da sabedoria humana”, pois “agradou
a Deus salvar aqueles que creem por meio da loucura da pregação ... Ele
escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para
reduzir a nada o que é, a fim de que ninguém se vanglorie diante dele. (1Co1.18-31).
Ninguém sabia quem era o Messias, até mesmo João Batista.
Este disse: “Eu mesmo não o conhecia, mas por isso é que vim batizando com
água: para que ele viesse a ser revelado a Israel”. Então João deu o seguinte
testemunho: “Eu vi o Espírito descer dos céus como pomba e permanecer sobre
ele. Eu não o teria reconhecido, se aquele que me enviou para batizar com água
não me tivesse dito: ‘aquele sobre quem você vir o Espírito descer e
permanecer, esse é o que batiza com o Espírito Santo’. Eu vi e testifico que
este é o Filho de Deus” (João131-34).
De onde João Batista tirou a ideia de pregar e batizar
pessoas no rio Jordão? De onde veio toda a sua autoridade, pois multidões iam
até ele para ouvi-lo e ser batizado. A comitiva de sacerdotes e levitas que veio
de Jerusalém para fiscaliza-lo fez essa pergunta para ele: “então por que você
batiza se não é o Cristo, nem Elias, nem o Profetas?”. O texto mostra que João
Batista teve uma experiência com Deus. Ele disse: “eu não o teria reconhecido,
se aquele que me enviou para batizar com água não me tivesse dito... por isso é
que vim batizando com água: para que ele viesse a ser revelado a Israel”.
Assim, no dia seguinte àquela conversa com os religiosos de
Jerusalém, “João viu Jesus aproximando-se e disse: vejam é o Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo!” (João1.29). Essa é outra declaração tão importante
quanto aquela em que ele afirma que Jesus ἐστιν ὁ
Υἱὸς
τοῦ
Θεοῦ, isto é, que Jesus é o Filho de Deus. Essa expressão “Cordeiro
de Deus”, em toda a Escritura, só se encontra aqui, na boca desse profeta
(João1.29 e 36)[1]. Ela fala do tipo de messianato para
o qual o Filho de Deus veio ao mundo. Não político, como esperavam os judeus,
mas espiritual, do tipo que “tira o pecado do mundo”.
ANTÔNIO
MAIA
DIREITOS
AUTORAIS RESERVADOS
[1] NVI Comentada, p. 1787
[1] NVI Comentada, p. 1787