A CAMINHADA DE ISRAEL NA HISTÓRIA

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Segundo estudiosos, por volta do ano 2.000 a.C., Deus, o Criador, apareceu a Abrão e lhe ordenou que deixasse a mesopotâmia e se dirigisse para a terra de Canaã, onde faria dele uma grande nação (Atos7.2; Gênesis11.31-12.5). Só por um milagre isso aconteceria, pois Sara, sua esposa, era estéril (Gênesis11.30) e ambos avançados em idade. Isaque, porém, nasceu quando Abraão tinha cem anos (Gênesis17.17). Esse fato se reveste de significado, pois, a partir desse casal, iniciava-se uma nova linhagem humana por iniciativa do próprio Deus.

Por aquela época, a humanidade já havia atingido elevado grau de civilização e cultura, mas nenhuma nação, por causa do pecado e da idolatria, reunia condições para receber a Revelação divina. O Criador, então, iniciou com Abraão e Sara uma nova descendência que não tinha parte com aquela que vinha desde Adão, desde a Queda[1]. Por meio dessa nova linhagem humana, Ele entraria no mundo na pessoa de Jesus Cristo, cumprindo o que disse a Abraão: “...por meio de você todos os povos da terra serão abençoados” (Gênesis12.2,3). 

Deus estava criando um povo santo, isto é, uma nação separada para com ela se relacionar e, por meio desse relacionamento, revelar-se ao mundo. Em Canaã, quando já eram setenta e seis pessoas (Gênesis46.26), migraram para o Egito e lá se multiplicaram, mas foram, depois, feitos escravos do Faraó. Passados cerca de 400 anos, Deus decidiu liberta-los daquela escravidão. Assim, ao mesmo tempo em que se revelou gracioso e misericordioso com os israelitas, mostrou o peso de sua mão sobre a sociedade idólatra e escravagista do Egito com seus juízos em forma de pragas.   

Durante o êxodo, de volta para Canaã, Deus apareceu a Moisés e disse: “...vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Êxodo19.6). Israel começava a consolidar-se como uma nação, dentre as demais, trazendo no seio de sua cultura marcas da Revelação divina. Inicialmente adotou um regime teocrático, no período dos Juízes. Mas depois veio a monarquia e, com essa, um processo de secularização e adoção de práticas religiosas dos povos vizinhos. Esse processo de apostasia foi tão profundo que, para evitar a destruição de Israel com a perda de sua identidade, Deus permitiu que a nação foi levada para um novo cativeiro.

Foi assim que as dez tribos do norte foram levadas cativas para a Assíria, no ano de 722 a.C (2Reis17.6) e as tribos de Judá e Benjamim, do sul, para a Babilônia, em 586 a.C.. No cativeiro, o remanescente que sobreviveu se conscientizou de seus erros e se consolidou na fé de seus antepassados. No ano de 538 a.C, o rei Ciro, da Pérsia, autorizou o retorno dos israelitas para a sua terra. Israel restaurou a vida nacional e o culto a Yahweh, mas permaneceu sob o domínio dos gentios, império após império, até à chegada do Messias. De Malaquias (c.440ª.C.) até João Batista Deus não mandou nenhum profeta a Israel.

No reinado do imperador César Augusto (Lucas2.1), Deus entrou na História por meio do nascimento de um menino, na cidade de Belém, na província romana da Judéia. Aos trinta anos, Jesus, o carpinteiro de Nazaré, desenvolveu seu ministério público, marcado por milagres e uma nova e original visão da Escrituras sagradas. Após três anos, foi preso pelas autoridades religiosas e condenado à morte por crucificação. Durante seu julgamento o povo disse: “que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mateus 27.25). No ano 70, ano do Senhor, Israel foi destruído pelos exércitos romanos e os sobreviventes foram dispersos pelas províncias do império. 

Novamente Israel se encontrava sem pátria e espalhado pelo mundo. Após o cristianismo tornar-se a religião oficial do império romano, o peso da culpa pela morte de Jesus foi tirado dos romanos e passado aos judeus, por isso passaram a ser, duramente, discriminados e hostilizados mundo à fora.  Em 1948, após dois mil anos de exílio, foi reorganizado como Estado. Hoje, o “povo de Deus” permanece aguardando o Messias, mas, no futuro, segundo a profecia do Apocalipse, estará com a Igreja na Grande Tribulação, quando, então, se converterá a Cristo (Apocalipse 7).   

Antônio Maia – M.Div

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[1]NVIComentada, p.25        

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