APÓS A MORTE - PARTE I

 


O que acontece com o ser humano após a sua morte? Ele, simplesmente, desintegra-se e sua existência se extingue? Ou existe vida após a morte? Isto é, o homem continua existindo? Se há vida após a morte, como ela ocorre? O que Jesus e os apóstolos falaram sobre esse assunto? Um bom caminho para começar o entendimento dessa questão é o estudo da parábola de Jesus, O Rico e Lázaro. Cabe dizer, aqui, que as parábolas constituíam um recurso didático que Jesus utilizava para ensinar as verdades do Reino de Deus. Neste texto, será tratado apenas sobre a situação do cristão. As considerações sobre a vida após a morte dos não cristãos constarão na parte dois, deste estudo.

Nessa narrativa, O Rico e Lázaro, registrada pelo evangelista Lucas, Jesus afirma que dois homens morreram e foram para lugares distintos: um lugar bom e outro de tormento. Lázaro foi para junto de Abraão, um lugar de paz e felicidade. E o rico foi para o Hades, o reino dos mortos, um lugar abaixo de onde se encontravam Abraão e Lázaro, que era quente e de sofrimento. Esses dois lugares são separados por um abismo intransponível. O homem rico, então, conversa com Abraão expressando seu desejo de que seus irmãos não tivessem o mesmo destino de sofrimento que ele teve (Lucas 16: 19-31).

O que se observa nesse ensino de Jesus é que, sim, há vida após a morte em duas condições: uma boa e outra ruim. Isso implica que o homem, após a sua morte, é submetido a um julgamento e recebe, de imediato, a definição de seu destino eterno: vida com Deus ou vida separada do Criador. Sobre esse assunto, o autor de Hebreus afirma essa mesma verdade. Veja o texto: “Da mesma forma, como o homem está destinado morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo, assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer a salvação aos que o aguardam” (Hebreus 9:27). Note, então, que o homem é submetido, após sua morte, a um juízo imediato.

Um aspecto da vida que o homem terá após a morte, que se observa nesse ensino de Jesus, é que ela é uma vida consciente. O ser humano terá consciência de seu ser e sua existência. Não apenas a leitura dessa parábola mostra esse detalhe, mas também o que registra o Apóstolo João em sua visão do Apocalipse. Observe o que ele escreveu: “Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles que haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e do testemunho que deram. Eles clamavam em alta voz: "Até quando, ó Soberano santo e verdadeiro, esperarás para julgar os habitantes da terra e vingar o nosso sangue?"” (6:9,10). O texto evidencia que aquelas pessoas mortas, na presença de Deus, demonstram compreensão da nova realidade em que se encontram.

Outro aspecto da vida após a morte, que se observa no ensino de Jesus e dos apóstolos, relativo aos cristão, isto é, a aqueles que deram crédito à pregação de Cristo e de sua Igreja, é que ela acontece na presença de Deus. Paulo afirma esse ensino ao escrever aos Filipenses. Ele fala da tensão que estava sofrendo, em virtude de sua prisão e sua possível condenação à morte: “estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor; contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu permaneça no corpo” (1:23,24). Note a confiança de Paulo na verdade de que logo após a morte ele se encontraria com Jesus: “desejo partir e estar com Cristo”.

Também falando aos Coríntios, esse apóstolo, em sua segunda carta diz: “portanto, temos sempre confiança e sabemos que, enquanto estamos no corpo, estamos longe do Senhor. Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos. Temos, pois, confiança e preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor” (5:6-8). Vale também destacar, neste contexto, o diálogo de Jesus com um dos criminosos com os quais fora crucificado. Um deles disse: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino". E Jesus lhe respondeu: "Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso" (Lucas 23:42,43). O próprio Senhor Jesus, em seu último momento, antes de morrer, disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lucas 23:46). O Senhor morreu e foi para o Pai.

Assim, o cristão deve confortar-se com a verdade de que após a sua morte, ele estará, imediatamente, com o Senhor. Essa era a esperança de Paulo e toda a Igreja primitiva. Esse era o ensino de Jesus. Outra passagem bíblica que confirma essa verdade é, por exemplo, narrada por Mateus. Jesus, Pedro, Tiago e João sobem um alto monte e, lá, Jesus se transfigura e eles o veem em seu corpo glorificado. De repente, aparecem Moisés e Elias e começam a conversar com Jesus. Esses dois personagens bíblicos já haviam morrido há bastante tempo, mas estavam ali, vivos, na presença do Senhor (Mateus 17:1-9).

Antônio Maia - M.Div.

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