NOS RECONCILIOU CONSIGO MESMO
O Apóstolo Paulo, escrevendo aos
Romanos, disse: “não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que
entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente
inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nenhum sequer” (3.10-12). Esse
foi o resultado do pecado original: o ser humano tornou-se rebelde em relação a
Deus, tornou-se seu inimigo.
Escrevendo aos Filipenses, Paulo
afirmou: “como já lhes disse repetidas vezes, e agora repito com lágrimas, há
muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo” (3.18). Depois, em outra
oportunidade, esse mesmo Apóstolo escreveu a cristãos de Colossos: “antes vocês
estavam separados de Deus e, na mente de vocês, eram inimigos por causa do mau
procedimento de vocês” (Colossenses 1.21).
Além do homem ter se tornado
inimigo de Deus, após o primeiro pecado, veio, sobre ele, outra consequência grande:
a morte surgiu na humanidade. Antes de Adão pecar não havia morte no mundo. O Apóstolo
Paulo, escrevendo aos Romanos, fala sobre essa questão: “da mesma forma como o
pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a
morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5.12).
Mas o que significa isso, o
pecado? Pelo texto sagrado, depreende-se que pecar é agir contrário à natureza original, com a qual foi o ser humano criado. Também pode ser
entendido como o homem agir fora dos propósitos divinos para os quais Deus o
criou. Então, observa-se, nesse ato, um conflito profundo de idiossincrasia
capaz de alterar a essência primária do homem. Por essa razão não pode o pecado
original ser entendido como algo simples.
Aquele ato extinguiu a comunhão do homem com
Deus. Constituiu uma ofensa da criatura ao Criador. O eu original puro, santo e
perfeito morreu e o homem mergulhou em uma existência marcada pelo mal, pela
violência e pela morte. Veja a História da humanidade se não é isso mesmo. Veja
o mundo atual, marcado pelo ódio, pelas intrigas, guerras e barbáries. Não
poucos rejeitam a Deus e se há religiosos, esses amam mais suas religiões que o
próprio Deus.
Jesus Cristo nunca defendeu
religião; pelo contrário: nos três anos de seu ministério público, trabalhou
para desconstruir o sistema religioso de Israel, de sua época, que afastava as
pessoas de Deus. Mas, como Deus, Ele disse: “eu sou o caminho, a verdade e a
vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14.6). Paulo também falou que
Cristo Jesus “embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo
a que devia apegar-se, mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo...”
(Filipenses 2.5-7) para salvar o homem.
A humanidade vive, hoje,
inconsciente de seu estado de rebeldia em relação a Deus. Os homens não
imaginam o perigo que correm devido a esse fato. Vivendo contrário à vontade
divina, que é expressa em sua Lei e que reflete o modo de vida do homem antes
do pecado, os homens caminham em direção à morte eterna. Por isso, eles
precisam reconciliar-se com Deus, mas isso é impossível a eles. O pecado, em
seu interior, impede-os de voltarem para Deus.
Foi por essa razão que o Apóstolo
Paulo disse que Deus “nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo... ou
seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em
conta os pecados dos homens” (2Coríntios 5.18,19). Como entender isso? Como Cristo
reconciliou a humanidade caída com Deu? O que Ele fez?
Após a Queda, isto é, após o
pecado original, o homem passou a viver de modo contrário à vontade divina.
Deus, então, deu a sua Lei ao homem. Ela representa o modo de vida santa do
homem antes de pecar. Mas, por causa do mal que entrou nele, no ato do pecado
original, o homem não consegue cumpri-la. Por isso Paulo disse: “...sabemos que
ninguém é justificado pela prática da Lei” (Gálatas2.15). Por que? Tiago
explica: “...quem obedece toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se
culpado de quebrá-la inteiramente” (Tiago2.10).
Por essa razão, o Filho, a
segunda pessoa da Trindade, entrou no mundo. De “carne e sangue” (Hebreu2.14),
Jesus Cristo, “como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado”
(Hebreus 4.15). Ele viveu, entre os homens pecadores, o modo de vida que se
vivia antes do pecado original, isto é, santamente e consoante com a vontade de
Deus. E, assim sendo, Ele se entregou a Deus, na cruz, por nós pecadores, cumprindo
a condenação que estava sobre nós.
Por essa razão, o Apóstolo Paulo,
escrevendo aos Coríntios, disse: “Deus tornou pecado por nós aquele que não
tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2Coríntios5.21).
Desse modo, aqueles que se rendem a Deus são justificados de seus pecados pelo
sacrifício de Cristo. Paulo explica: “se quando éramos inimigos de Deus fomos
reconciliados com Ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo
sido reconciliados, seremos salvos por sua vida (Romanos5.10). Ou seja, somo
salvos pela morte e ressurreição de Cristo.
Antônio Maia – Ph.B., M.Div.
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