ISRAEL COMO INSTRUMENTO DA REVELAÇÃO DIVINA


Após o pecado adâmico, a humanidade se separou de Deus e com o passar do tempo não mais o conhecia. Ele, então, separou um povo para com ele relacionar-se e revelar-se ao mundo. Por volta da metade do segundo milênio antes de Cristo, esse povo, Israel, encontrava-se escravo no Egito, maior potência econômica e militar da época. Assim, segundo os registros do livro de Êxodo, Deus apareceu a Moisés e o ordenou que comparecesse perante o Faraó para intermediar a liberação do povo.

Que argumento seria tão forte para que o líder egípcio abrisse mão dessa valiosa mão de obra escrava, os judeus? Deus disse a Moisés que falasse o seguinte ao Faraó: “deixe o meu povo ir para celebrar-me uma festa no deserto”. Depois, Moisés esclareceu que era para permitir o povo caminhar três dias, no deserto, para oferecer sacrifício ao SENHOR. Deve ter parecido ao Faraó um escárnio o que Moisés lhe falara, pois ele respondeu: “quem é o SENHOR, para que eu lhe obedeça e deixe Israel sair? Não conheço o SENHOR, e não deixarei Israel sair” (Êxodo 5.2).

Este é o cerne dessa passagem das Escrituras (as pragas do Egito): a revelação de Deus à humanidade. Muito tempo já havia se passado desde Adão e os povos não tinham mais conhecimento de Deus, o Criador de todas as coisas. Havia muitos deuses no mundo, fruto da imaginação e do desejo humano por Ele. YHAWEH, então, vai usar a libertação de Israel do cativeiro egípcio para se apresentar aos homens: “os egípcios saberão que eu sou o SENHOR”. Mas só palavras não convencerão o Faraó, por isso disse Ele a Moisés: “porei a minha mão sobre o Egito, e com poderosos atos de juízos tirarei Israel...” (Êxodo7.4).

Assim, por meio de seus juízos, as pragas, Deus revelou-se ao mundo, mostrando que os deuses egípcios nada eram. O rio Nilo, adorado como o deus Hapi teve suas águas transformadas em sangue; as rãs, adoradas como a deusa Hect que, segundo eles, ajudavam as parturientes, tornaram-se repugnantes devido sua infestação sobre todo o Egito. Os touros, adorados como os deuses Apis e Mnevis, foram todos mortos. O sol, adorado como o deus Rá foi ultrajado, pois não brilhou por três dias, devido a densas trevas que vieram sobre o Egito.

Assim, mediante as palavras de Moisés essas pragas aconteceram e os egípcios viram que seus deuses nada podiam diante do SENHOR. Mas o golpe mais duro foi a morte de todos os primogênitos egípcios, inclusive o filho mais velho do Faraó. Este, considerado divino, não pode deter o poder das palavras proferidas por Moisés. O Egito foi devastado pela mão de Deus e, depois desse juízo, Israel foi liberado. Como entender essa ação divina sobre o Egito? E o que dizer da morte dos primogênitos? Teria Deus prazer no mal? Como entender essa questão?  
Antônio maia - M.Div.
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