AS RELAÇÕES ISRAEL - JAVÉ NO ANTIGO TESTAMENTO










No que concerne à narrativa do Antigo Testamento, pode-se dizer que ela é dividida em duas partes. A primeira, constituída pelos onze capítulos iniciais de Gênesis que tratam de questões universais como a criação do mundo, a Queda do homem, e a disseminação do pecado na humanidade. Já a segunda parte, de Gênesis 12 até ao livro de Malaquias, diz respeito às relações entre Israel e Yahweh. Essas relações, segundo estudiosos, começaram por volta do ano 2000 a.C. com a aparição de Deus a Abraão, um homem da mesopotâmia, a partir do qual surgiria a nação judaica. 

Tais relações constituem o cerne da trama do AT e se caracterizam por apostasia e infidelidade por parte de Israel; e amor e longanimidade por parte de Deus. Embora o povo escolhido tenha testemunhado grandes atos divinos em seu favor por ocasião de sua libertação do cativeiro egípcio, durante sua caminhada no deserto até Canaã e nas guerras de conquista da terra prometida; Israel rapidamente se esqueceu dele e se desviou para o culto dos deuses cananeus. 

Para os cananeus, era o deus Baal que mandava a chuva, a qual era vista como seu sêmen caindo sobre a terra. Assim, o culto a ele consistia de orgias sexuais conduzidas por prostitutas e prostitutos cultuais (1Reis 14.24; Oséias4.14). Eram os chamados cultos da fertilidade. Israel praticou esse culto em períodos de sua história, chegando a ter no templo, erguido por Salomão ao SENHOR, um local para a guarda dos utensílios desse culto, bem como acomodações para os sacerdotes prostitutos (2Reis 1-30). 

Havia uma alternância de períodos de fé e apostasia em Israel. Diversos reis seguiram Javé; mas muitos outros não, dentre eles o grande Salomão. “Ele seguiu Astarote, a deusa dos sidônios, e Moloque, o repugnante deus dos amonitas”. O culto a Moloque consistia de atos sexuais e sacrifícios humanos. Salomão construiu um altar a ele, num monte a leste de Jerusalém (1Reis 11.5,7,33). Por causa desses desvios, Israel enfraqueceu-se como nação, foi dividida em dois reinos que depois foram destruídos e levados para o cativeiro, sucessivamente, pelos assírios e babilônicos. 

Durante esses períodos, Deus levantou profetas para reorientar o povo. Na Babilônia, preservou um remanescente, que depois retornou e reconstruiu Israel, no qual 500 anos depois entraria no mundo, por meio do Filho, Jesus Cristo. Israel, no Antigo Testamento, é um símbolo do homem, da humanidade. Suas relações com Deus mostram a condição de decadência humana, e o esforço divino em restaurá-la. Hoje, como no tempo da Antiga Aliança, existem muitas religiões no mundo que impedem o ser humano de adorar o Deus verdadeiro. O esquema do mundo é anti Deus. Por isso devemos atentar para a nossa relação com o SENHOR e observar o que Jesus ensinou: "Pai nosso ... venha o teu reino" (Mateus6.9,10). O Reino de Deus não é um lugar, mas é Ele reinando em nos corações.

Antônio Maia - M.Div.
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