O ESPÍRITO DE DEUS NOS HOMENS

O Apóstolo João registrou, em seu evangelho, que Jesus, pouco antes de sua morte e ressurreição, disse aos discípulos: “eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade” (14.16). O Filho estava voltando para o Pai, mas sua obra seria continuada por Deus, por meio da Pessoa de seu Espírito. Era a sequência do propósito divino de estabelecer, em Cristo, uma nova humanidade” (Efésios1.9,10).
Então, cumprindo-se o que havia dito o profeta Joel, por volta do século IX a.C. (2.28,29), no dia de Pentecoste - quinquagésimo dia após o sábado da semana da páscoa (Lv23.15,16) – quando todos os discípulos estavam reunidos, o Espírito Santo veio sobre eles e os encheu com sua presença. Era Deus entrando no íntimo daquelas pessoas que decidiram crer no sacrifício de seu Filho e viver segundo a sua palavra. Foi como disse Jesus: “se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele” (João14.23).  
Até hoje, o Espírito de Deus continua “fazendo morada” nos seres humanos. Isso ocorre pela pregação do evangelho. Paulo escreveu: “quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados em Cristo com o Espírito Santo ...” (Efésios1.13). Contudo, o momento em que o Espirito entra no ser humano e como isso acontece permanecem em mistério. Trata-se de um milagre, algo inexplicável, a partir do qual, o homem mergulha na vida do Espírito, renasce para Deus e adquire uma nova compreensão da existência.
No homem, o Espírito age como um “παρακλητος” (Conselheiro), isto é, como “aquele chamado a estar ao lado”. Ele ensina, revela e interpreta Jesus aos discípulos (João 14.16-26; 15.25,26). Segundo Paulo é Ele que transforma o homem sem Deus em uma “nova criação”. Disse o Apóstolo: “todos nós ... estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2Co3.18). O espírito de Deus nos homens é um gesto de autodoação em favor dos homens. É uma prova de seu amor pela humanidade.

Esse amor é de tal intensidade que Ele dá seu Filho como sacrifício em favor do homem. E agora, por meio de seu Espírito, doa-se, novamente, para fazer dos homens pecadores seus filhos: “pois vocês ... receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: Aba, Pai” (Rm8.15). E é o Espírito que garante a glória que há de se revelar na ressurreição dos mortos, em Cristo: “ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs o seu Espírito em nossos corações como garantia do que está por vir” (2Co1.21,22).
ANTÔNIO MAIA
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IMAGEM: PEDRO NA PRISÃO, DE REMBRANDT

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