EM MEIO À PERSEGUIÇÃO - PARTE I



EM MEIO À PERSEGUIÇÃO - PARTE I
Nós, cristãos ocidentais, estamos preparados para viver em um ambiente hostil ao evangelho de Cristo? Hoje, vivemos, confortavelmente, em nossa sociedade erguida sob valores e princípios cristãos. Contudo, mesmo nesses dias, muitos seguidores de Jesus, que vivem em países não cristãos, sofrem restrições, perseguições e até morte por causa da fé no Senhor. Como viver em meio a tribulação? É possível tirar algumas lições da vivência de Jesus e seus apóstolos, que enfrentaram essa questão.

Pela experiência de nossos irmãos da igreja primitiva, não há espaço para aquela famosa frase: “por que estou passando por isso?”. Ao tomar a decisão de seguir a Cristo, é preciso que se saiba que isso pode envolver certo sofrimento. Sob tribulação, o Apóstolo Paulo e sua equipe, preocupado com os tessalonicenses, mandou Timóteo até eles para fortalecê-los e dar-lhes ânimo na fé, para que não fossem abalados. Ele disse:  “vocês sabem muito bem que fomos designados para isso” (1Ts3.3).  Designados para sofrer por causa do evangelho. 

Outra atitude para durar na perseguição é evitar o engajamento precoce com aqueles que perseguem os da fé. O Apóstolo João registrou, no capítulo sete de seu evangelho, que Jesus agia desse modo. Segundo ele, o Senhor mantinha-se “deliberadamente longe da Judéia, porque ali os judeus procuravam tirar-lhe a vida”. Por ocasião da festa das cabanas, seus irmãos o convidaram para ir à Jerusalém, mas Ele recusou o convite. “Contudo, depois que os seus irmãos subiram para a festa, ele também subiu, não abertamente, mas em segredo”.  

Não se trata de covardia, mas de inteligência. O importante é durar na ação de testemunhar enquanto Deus permitir. Depois que as autoridades do Sinédrio decidiram tirar a vida de Jesus, Ele “não andava mais publicamente entre os judeus. Ao invés disso, retirou-se para uma região próxima do deserto, para um povoado chamado Efraim, onde ficou com os seus discípulos” (Jo 11.54). Paulo também agia da mesma forma. Logo após sua conversão, começou a pregar que Jesus era o Cristo, na cidade de Damasco. Os judeus, que lá viviam, decidiram matá-lo. Mas os discípulos “o levaram de noite e o fizeram descer num cesto, através de uma abertura na muralha” e ele foi para Jerusalém (Atos9.25).

A igreja, hoje, pouco fala sobre o Apocalipse, mas fato é que haverá um tempo em que os que seguem a Cristo serão perseguidos com vigor. No entanto, a vitória já está garantida, como bem escreveu o Apóstolo João: “depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé, diante do trono e do Cordeiro, com vestes brancas e segurando palmas ... Estes são os que vieram da grande tribulação e lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (7.9,14).
ANTÔNIO MAIA
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PINTURA DE HENRYK SIEMIRADZKI, 1897 (VARSÓVIA)

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