A VIDA CRISTÃ CONSCIENTE
Sabemos que Deus não se revela austero e ríspido, antes se mostra com
amor e longanimidade para conosco. Tal fato, porém, não nos autoriza a falar
com Ele de qualquer jeito, sem reverência e respeito. Jesus nos ensinou a chamá-lo
de Pai, o que indica que Ele deseja relacionar-se conosco em um contexto
fraterno. Então, podemos vê-lo como um amigo, mas isso não nos permite sermos
descuidados com o modo como falamos ou nos relacionamos com Ele. Deus é Pai
(Mateus6.9), é amor (1João4.8), mas é também SENHOR.
Por vezes, fazemos altas declarações de amor a Deus, na oração ou nos
cânticos, mas nos descuidamos nas ações, nas atitudes, na vida prática. Jesus
disse: “quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama...
vocês serão meus amigos se fizerem o que lhes ordeno” (João14.21;15.14).
Precisamos, então, avaliar se a nossa vida espiritual não tem um sentido,
meramente, superficial. Falamos muito sobre as coisas espirituais, mas não
agimos conforme falamos. É necessário que cuidemos para não agirmos, na relação
com Deus, com leviandade, insensatez e irreflexão.
A vida espiritual é muito mais que cantar e emocionar-se na igreja.
Deus, falando ao povo de Israel por meio do profeta Isaías, disse: “esse povo
se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está
longe de mim. A adoração que me prestam só é feita de regras ensinadas por
homens”. A adoração, muito mais que falar e cantar, é atitude de vida e amor ao
próximo. O Apóstolo Paulo disse aos Efésios: “como prisioneiro no Senhor,
rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. Sejam
completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros
com amor (4.1,2).
Com frequência, mesmo vivendo a vida cristã irrefletidamente e sem
profundidade, falamos muito e temos um alto conceito sobre nós. Isso nos faz
lembrar de Pedro e os outros discípulos, no monte das Oliveiras. Jesus disse
para eles: “vocês todos me abandonarão”. Então, Pedro, rapidamente, disse:
“ainda que todos te abandonem, eu não te abandonarei!... Mesmo que seja preciso
que eu morra contigo, nunca te negarei. E todos os outros disseram o mesmo”.
Momentos depois, segundo o evangelista Marcos, vieram os enviados do sumo
sacerdote, com uma multidão, para prender Jesus. Então, todos os apóstolos o
abandonaram e fugiram (14.50).
Somos rápidos no falar e lerdos no pensar, no refletir nossas ações. Por
isso, falamos o que não devemos diante de Deus e dos outros. Assim, convém
observar o que disse o autor de Eclesiastes: “quando você for ao santuário de
Deus, seja reverente. Quem se aproxima para ouvir é melhor do que os tolos que
oferecem sacrifício sem saber que estão agindo mal. Não seja precipitado de
lábios, nem apressado de coração para fazer promessas diante de Deus. Deus está
nos céus, e você está na terra, por isso, fale pouco... Quando você fizer um
voto, cumpra-o sem demora, pois os tolos desagradam a Deus; cumpra o seu voto.
É melhor não fazer voto do que fazer e não cumprir” (5.1-5).
Antônio Maia – M.Div
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