A LEI E A FÉ EM CRISTO
De acordo com as Escrituras, a humanidade está
separada de Deus e pesa sobre ela a condenação da morte. É como falou o Paulo
aos Romanos: “...da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado
a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram”
(5.12). Deus, porém, no curso de seu plano para restaurar a humanidade e
levá-la à sua condição original, deu, por meio do profeta Moisés, a sua Lei aos
seres humanos (Êxodo 20 a 31).
Desde então, e até hoje, muitos entendem que a
salvação ou a justificação, diante de Deus, vem pelo cumprir sua Lei. O
Apóstolo Paulo, no entanto, falou, enfaticamente, “que ninguém será declarado
justo diante dEle baseando-se na obediência à Lei” (Rm3.20). Se isso é verdade,
qual é, então, a sua utilidade? O próprio Paulo fez essa pergunta em sua carta
aos Gálatas: “qual era então o propósito da Lei”? (3.19).
O Apóstolo responde: “...é mediante a Lei que nos
tornamos plenamente conscientes do pecado” (Rm3.20). Ou seja, ela revela um
padrão de santidade que o homem não alcança. Ela mostra a incapacidade humana
de viver segundo Deus, pois ninguém consegue cumpri-la. Desse modo, ela aponta para
a necessidade de uma salvação que venha do próprio Deus, pois demonstra que o
homem é incapaz de salvar-se por seus próprios esforços. Por essa razão Paulo
disse que o “fim da Lei é Cristo”. A palavra “fim”, do grego telos,
significa cumprimento. O cumprimento da Lei é Cristo. Ele a cumpriu em sua
totalidade.
É por isso que Paulo afirma que a fé em Jesus
Cristo é a justiça que vem de Deus (Rm3.22), pois embora Ele tenha cumprido a
Lei, recebeu a condenação que estava sobre a humanidade: a morte. Essa justiça
será creditada aos crentes em Cristo como pertencentes a eles, ou seja, serão
justificados. Portanto, procurar salvar-se pela Lei significa buscar uma
justiça própria e desprezar a divina, isto é, Cristo. O Apóstolo falou que os
israelitas fizeram isso. “Ignorando a justiça que vem de Deus e procurando
estabelecer a sua própria, não se submeteram à justiça que vem de Deus” (Rm
10.3).
Se é a fé em Cristo e não a Lei que salva a
humanidade, qual o valor da Lei para o cristão? A Lei é de relevância vital
para o que crer, pois ela não uma lei qualquer, mas é a Lei de Deus. Jesus não
a revogou, antes a cumpriu (Mateus 5.17). A “Lei é santa” (Rm7.12) e aponta
para o amor de Deus, que vendo a impossibilidade humana de cumpri-la, enviou
seu Filho para guardá-la e depois receber a pena que a própria Lei imputava ao
homem. Disse Paulo: "o cumprimento da Lei é o amor" (Rm13.10). Por
isso o cristão busca a santidade, que a Lei apresenta, não como forma de
salvar-se, mas por amor àquele que o salvou.
Antônio
Maia – M. Div.
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